quinta-feira, 5 de maio de 2016

Métodos No-poo e Low-poo para cabelos

Os métodos no e low-poo foram popularizado por Lorraine Massey, através da publicação de um livro chamado "Curly Girl" (garota cacheada). A partir de então, aqui no Brasil ganhou visibilidade através de blogueiras que aderiram às técnicas e as difundiram na blogosfera, principalmente. Embora originalmente tenha sido focado nos cabelos crespos, cacheados e ondulados, muitas pessoas de cabelos lisos também experimentaram e aprovaram a rotina de cuidados proposta por Massey.

Afinal, por que aderir ao low e/ou no-poo? 
No livro (que já ganhou tradução para o português), Massey explica que o erro da maioria das cacheadas está na limpeza e na modelagem dos fios. Assim, é preciso desconstruir a ideia de lavar os cabelos com xampu (com sulfatos) e esfregá-los no banho.
De acordo com Massey; Bender (2015, p.46)
Os fortes detergentes encontrados na maioria dos shampoos tiram a lubrificação do cabelo, deixando a cutícula em pé (...) impedindo a poeira e os produtos químicos de saírem. O cabelo cacheado é uma superfície seca e porosa que segura o shampoo repleto de detergente como uma esponja, dificultando o enxágue total. Isso é um desastre para as fibras orgânicas do cabelo, especialmente dos cacheados! 
Já os produtos sem sulfato e os condicionadores botânicos amaciam e protegem o cabelo. Eles mantêm as cutículas fechadas durante o processo de limpeza, impedindo os fios de embolarem, e permitem que qualquer impureza saia facilmente do cabelo no enxágue.

Então o que usar ?
Para a lavagem dos cabelos, considerando a rotina low-poo (algo como pouco xampu), usar um xampu sem sulfatos. Atentar aos rótulos, onde os detergentes comumente encontrados dessa família são: lauril sulfato de sódio, lauril éter sulfato de amônio e lauril éter sulfato de sódio.
Já a rotina no-poo (sem xampu) sugere a abolição do xampu. Assim, lava-se o couro cabeludo com condicionadores botânicos (esse procedimento é conhecido como co-wash, abreviatura de lavagem com condicionador), que devem ter uma alta concentração de ingredientes oriundos de plantas, tais como hortelã, capim-limão e alecrim, por exemplo. É importante que as plantas estejam listadas na primeira metade da lista de ingredientes, para que a concentração não seja pequena e inútil ao cabelo (existe uma norma para a listagem da composição dos produtos, a qual indica que deverá ser feita de acordo com a concentração decrescente na fórmula).
Procure um condicionador com as seguintes propriedades:
- Emolientes: suavizam o cabelo e reduzem o frizz porque amaciam a cutícula, tais como: manteigas e óleos 100% vegetais;
- Umectantes: absorvem água da atmosfera, transferindo-a para o cabelo: pantenol, glicerina vegetal e sorbitol;
- Hidratantes: dão maciez aos fios: aminoácidos, babosa, extratos vegetais, entre outros.
Atenção: Evitar os silicones! Tratam-se de materiais sintéticos que encapam os fios e estão presentes na maioria dos condicionadores e produtos de finalização para dar brilho e tirar o frizz. Eles repelem a água, impedindo a absorção da umidade. Além disso, não são biodegradáveis.

Pode parecer complicado em um primeiro momento. Por isso, é essencial aprender a ler os rótulos dos produtos. Para ajudar, há listas disponíveis na internet tanto com os ingredientes "proibidos", quanto de produtos "liberados" para as técnicas.
É importante ressaltar que nessas listas, muitos produtos não têm os ingredientes que fazem mal diretamente aos fios, como os sulfatos, silicones e óleos minerais, mas contêm outros que não são saudáveis, como os ingredientes sintéticos e/ou alguns conservantes alergênicos (parabenos, por exemplo), assim como poluentes. 
Por esse motivo, decidi não linkar essas postagens, mas é bem fácil de achá-las.

Como higienizar o couro cabeludo?
Independente da rotina escolhida, de um modo geral, deve-se molhar bem os cabelos, passar o produto (xampu sem sulfato ou condicionador botânico) na ponta dos dedos e começar a massagem pelas têmporas, em movimentos circulares e firmes. Após, continuar massageando gentilmente em direção ao topo, e, por último, descer até a nuca.
Em diversos blogs, recomenda-se que a massagem seja feita em movimentos de cima para baixo e não circulares. Então, cabe a cada um experimentar e verificar qual se adequa mais às suas necessidades e os resultados obtidos.
Quanto ao condicionamento, as autoras indicam métodos diferentes conforme o tipo de cacho. Em comum está o desembaraçar dos cabelos com os dedos, de forma delicada.

Algumas considerações:
Nem tudo são flores. Ao aderir a essas rotinas, normalmente passa-se por um processo conhecido como "transição capilar", que falarei adiante, relatando a minha experiência. Também, acostumar-se a ler os rótulos é um tanto chato no início... Não é difícil cair em greenwashing (propagandas que vendem os produtos como natural, botânico, etc, quando na verdade não o são) no começo dessa caminhada.
Mas, com certeza, para quem tem paciência, vale muito a pena, os resultados são maravilhosos a médio e longo prazos.

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Referência:
MASSEY, L.; BENDER, M. O manual da garota cacheada: o método curly girl. 1ªed. Rio de Janeiro: BestSeller, 2015. 200p.

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